mobilidade urbana sustentável

A importância da mobilidade urbana sustentável

Você provavelmente já ouviu falar em mobilidade urbana sustentável, mas o que isso significa? Para quem não está familiarizado com o termo, ele reflete a capacidade de deslocamento das pessoas dentro do espaço urbano, considerando práticas mais sustentáveis nos âmbitos econômico, social e ambiental, fortalecendo assim, a cidadania e a conexão entre as pessoas e o espaço que ocupam. Vem entender!

O que é o conceito de mobilidade urbana sustentável?

O conceito de mobilidade sustentável, refere-se ao planejamento responsável do transporte urbano, que contrapõe o modelo tradicional baseado na utilização de veículos automotivos movidos a combustíveis fósseis.

Além disso, a mobilidade sustentável também pensa em soluções de forma integrada, considerando os impactos sociais, como a geração de empregos, a criação de políticas públicas, a integração entre os meios de transporte públicos ou privados e o uso responsável de fontes de energia.

Como alternativa, o conceito de mobilidade urbana sustentável, propõe o uso de veículos não motorizados, como a bicicleta, o transporte coletivo movido a fontes de energia renovável e opções compartilhadas, como aplicativos de carona. Além de subsidiar a melhoria da infraestrutura da cidade para que os pedestres também possam se locomover com eficiência e segurança.

Qual é a importância da mobilidade sustentável?

Uma das principais questões é o aumento do trânsito nos últimos anos, o que afeta diretamente o planeta. Afinal, quanto mais veículos em circulação, maior o consumo de combustíveis e, consequentemente, mais gás carbônico (CO₂) liberado na atmosfera. Para se ter uma ideia, um carro produz cerca de uma tonelada de CO2 a cada três mil km rodados. Agora, imagine a quantidade produzida durante um dia inteiro no mundo. Nós nem precisamos pegar a calculadora para saber que é muita coisa, não é mesmo?

Dia Mundial Sem Carro

Foi pensando nisso que o “Dia Mundial Sem Carro” surgiu na França, em 1997, e foi adotado em todo o mundo a partir de 2000. Celebrado em 22 de setembro, a data busca conscientizar a população global sobre a necessidade de diminuir o uso de veículos automotivos no dia a dia.

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Datas como o Dia Mundial Sem Carro buscam trazer efeitos positivos na sociedade, pois mostram a importância de meios de transporte alternativos e não poluentes. Contudo, apesar da visibilidade estar crescendo, ainda há uma longa distância a percorrer para que esse tipo de transporte seja incentivado e levado a sério.

jovem casal de férias andando de patinete

Como melhorar essa situação?

A expansão da locomoção sustentável só acontecerá se as pessoas se mobilizarem. É preciso ter mudanças de hábitos, educação e incentivo das famílias, governo, escolas e instituições.

Para que a mudança de cenário aconteça é preciso contar com campanhas maciças, que  estimulem o transporte urbano sustentável, políticas públicas que favoreçam o pedestre e o ciclista, uma urbanização voltada para o bem-estar das pessoas, calçadas padronizadas, ciclovias; e também medidas de redução de carros.

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O que pensam as pessoas que optam pelo transporte urbano sustentável?

A Órigo entrevistou algumas pessoas que fizeram do transporte sustentável um estilo de vida para entender como essa mudança impactou as suas vidas. Confira:

Chantal Brissac: da bicicleta para a educação

Chantal deixou de utilizar carros há mais de 5 anos e, hoje, utiliza somente a bicicleta, transporte público e anda a pé. “Sempre fui ligada à questão da sustentabilidade e da saúde, e comecei a ver que não fazia sentido dirigir um carro sozinha, contribuindo para poluir ainda mais a cidade”, afirma.

Fundadora do Pro Coletivo, grupo que busca estimular e conscientizar o cidadão sobre o uso da mobilidade sustentável, Chantal explica que criou a iniciativa em uma noite quando voltava do trabalho em meio a um trânsito muito intenso.

“Resolvi que iria vender o carro e andar a pé e de transporte coletivo. Nesta noite acabei estacionando o carro no caminho, em uma rua, e voltei para casa a pé. No dia seguinte busquei o carro, levei para casa e a partir daí passei a andar de ônibus, que não usava há anos. Também passei a pedalar bastante para o trabalho”, conta.

Raquel: mobilidade que inspira

Raquel Bressanini, que comprou uma bicicleta há cerca de dois anos, sentiu que seu condicionamento físico melhorou muito desde então. O carinho pela bike foi tanto que ela lhe deu um apelido. “Em agosto de 2019, finalmente comprei minha bicicleta, dei até nome para ela, a Nala, minha nova companheira”, relembra com orgulho.

Hoje, a bicicleta se tornou seu transporte prioritário, que além de sustentável, possibilitou memórias marcantes. “A bike me trouxe amizades incríveis e novos horizontes, até no sentido literal mesmo, descobrindo coisas novas em caminhos que sempre fiz de transporte público e nunca prestei atenção”, expõe.

Raquel enxerga as alternativas de transportes ecológicos como o futuro. “Além de não poluir, ajuda o trânsito a fluir melhor, já que uma bicicleta ocupa muito menos espaço que um carro”, completa.

Alessandra: da conscientização a paixão

Outro exemplo de adepta a mobilidade urbana sustentável é Alessandra Albuquerque, que desde 2018, usa a “magrela” na hora de se locomover. “Eu era frequentadora assídua da ciclofaixa de lazer, que funciona aos domingos em São Paulo. Percebi que percorrer distâncias maiores não era tão difícil”, explica.

“A partir daí, reduzi drasticamente a frequência de uso de transporte público e carros compartilhados”, relata ela, que fundou com 5 amigas o Vesp Bike Gang, um pedal exclusivo para mulheres.

Para Alessandra, o uso da bicicleta não só auxiliou no desenvolvimento pessoal, como transformou sua história por completo. “Sempre digo que a bicicleta foi um marco na minha vida. Existe a Alê antes da bike e depois da bike. Os primeiros grandes impactos foram a felicidade, alegria e êxtase que pedalar sempre proporciona”, explica.

A sensação de liberdade e autonomia em chegar do ponto A ao ponto B com as próprias pernas, sem depender de ninguém, é algo realmente empoderador. Outro ponto importante é que passei a me sentir muito mais segura enquanto mulher nos meus deslocamentos”, compartilha Alessandra.

A mudança precisa começar agora e cabe a nós ajudar a construir uma sociedade mais consciente sobre esses desafios pelas cidades. Para ela, isso é algo que todo mundo pode praticar aos poucos, alterando um hábito por vez.

“A mobilidade urbana é algo que impacta na vida de milhares de pessoas todos os dias. Com transporte público de qualidade, mais ciclovias, mais ‘rotas para pedestres’, mais educação no trânsito, todo mundo se beneficia, inclusive aqueles que realmente precisam do carro”, conclui.

E você? Já pensou em usar aquela bicicleta que está guardada há anos? Ou alugar uma coletiva para ir ao trabalho? Seja de bike, a pé ou transporte público, essa é uma atitude que muda o mundo!

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