Cidadões coletando água limpa em um caminhão tanque

Crise energética: o que a escassez hídrica representa para o consumidor?

Somente dois meses se passaram após a bandeira vermelha patamar 2 ser acionada, e já estamos vivenciando outro aumento na conta de luz novamente. Não tá fácil, né? Em julho, a troca de bandeiras gerou um aumento repentino na conta de luz e surpreendeu grande parte da população. Porém, a situação dos reservatórios que já apresentavam alguns dos níveis mais baixos da história, não melhorou; e a crise hídrica continua presente na rotina dos consumidores de todo o país. 

A nova bandeira tarifária: escassez hídrica

Agora, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária: a “Escassez Hídrica. Criada pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), com apoio na Medida Provisória nº 1.055/2021, a iniciativa visa a medidas emergenciais para a otimização dos recursos hidroenergéticos durante a crise hídrica. A decisão fica em vigência até 30 de abril de 2022. 

A nova bandeira cobra R$ 14,20 para cada 100 kWh consumido, representando um aumento de 6,78% na tarifa média dos consumidores. Quando a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada no final de julho de 2021, o valor cobrado era de R$ 9,49 a cada 100 kWh consumido e já apresentava um aumento de mais de 50% a sua antecessora, com R$ 6,24 para cada 100 kWh consumido. 

Por que o aumento excessivo?

O SIN (Sistema Interligado Nacional) tem como primordial a geração de energia derivada das usinas hidrelétricas – mais baratas e correspondente a mais de 60% da matriz energética brasileira. Em épocas de muita chuva, os reservatórios ficam cheios e a bandeira tarifária presente é a verde. Na prática, isso significa que a energia está sendo gerada em abundância e em condições favoráveis para que a distribuição não seja prejudicada. 

Contudo, como estamos passando pela maior crise hídrica em 91 anos e com os reservatórios apontando o menor nível já documentado, as usinas termoelétricas entraram em ação. Essa energia é gerada por combustíveis fósseis (carvão, diesel e gás) e, além de mais poluente, é menos eficaz e mais cara. 

Em entrevista à Órigo Energia, Rodrigo Baitela, diretor de projeto no IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente), afirma que “além do despacho integral de termelétricas fósseis, contribuindo para o aumento das emissões de gases de efeito estufa da matriz brasileira, tem-se o efeito colateral de incentivar a contratação de termelétricas no médio e longo prazo”.

As termoelétricas somadas à crise hídrica, são responsáveis pelo aumento do valor na sua conta de luz e, com isso, diversos setores que utilizam recursos hídricos e energia elétrica no seu sistema de produção são impactados. 

Para Rodrigo Baitela, “ainda que o sistema interligado tenha mais alternativas energéticas e uma maior malha de transmissão para lidar com o risco de racionamento, o cenário é de fato complexo e há pequenas chances de que não seja necessário recorrer a diferentes medidas de redução de uso de eletricidade a médio prazo”.

Impacto no IPCA

A bandeira da escassez hídrica também acelerou em 8,2% o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), órgão responsável por medir a inflação de produtos e serviços comercializados no varejo. Sendo mais objetivo, ele calcula o custo de vida de toda a população brasileira. 

A mudança na tarifa representa um aumento de 49,63%, e isso significa que a conta de luz deve ficar 7,35% mais cara. A partir de setembro, o impacto previsto no percentual do IPCA é de 0,23% em sua totalidade. 

Diante disso, não apenas a conta fica mais cara, mas grande parte do que consumimos em nosso dia a dia. Possivelmente você notou aquele aumento exagerado nas compras do mês, né? Veja alguns dos alimentos mais afetados aqui.

Como fica a tarifa aplicada no cotidiano do consumidor?

Os valores aplicados com a bandeira tarifária vigente, representam os custos de geração, transmissão e a distribuição de energia elétrica, além dos encargos setoriais e os demais impostos. 

A tarifa média residencial no Brasil, sem os impostos aplicados, corresponde a R$ 60,00 a cada 100 kWh consumidos. Mas esse valor é cobrado enquanto a bandeira verde está em vigência, ou seja, sem acréscimo. Quando a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada com o acréscimo de R$ 9,49, o valor subiu para R$ 69,49. Hoje, com o reajuste e a nova bandeira tarifária, o valor é de R$ 74,20 para cada 100 kWh consumido. 

Resumindo, fora todos os custos aplicados na sua conta de energia, você irá pagar R$ 14,20 a mais em todo o seu consumo mensal a cada 100 kWh consumido. E isso deve acontecer até o término da escassez hídrica. Então, caso seu consumo final seja, por exemplo, de 300 kWh no mês, você deve pagar um valor de R$ 222,60 (sem aplicar os impostos) à sua conta de luz. Na bandeira verde, seria de R$ 180,00 sem os impostos aplicados. Bateu aquela saudade, né?

Você já leu? Finanças e desenvolvimento sustentável: qual a sua relevância no Brasil?

Energia Solar reduzindo custos na prática 

Economizar e consumir energia conscientemente nunca foi tão necessário como agora. Nesse sentido, as fontes renováveis de energia são uma alternativa para fugir da crise energética em que o país se encontra. A energia solar compartilhada é uma das melhores opções para economizar enquanto os acréscimos das bandeiras tarifárias continuam vigentes e sofrendo reajustes. 

A geração de energia solar fotovoltaica no país, por meio das Fazendas Solares, contribui para reduzir a demanda por eletricidade e aliviar todo o sistema. Hoje temos um sistema diversificado, de que empreendedores, consumidores e governantes podem se beneficiar, melhorando as estratégias de eficiência energética e evitando o uso de termelétricas.

“A melhor solução a médio prazo é ampliar a contratação de usinas solares e geração distribuída, ambas opções que, ainda que não forneçam energia despachável, são as mais rápidas de serem implementadas. Em complementação a esta medida, cabe o aumento de investimentos em programas de eficiência energética, incluindo a substituição de equipamentos ineficientes e a massificação do aquecimento solar para chuveiros”, complementa Baitela.

Daniel Sanches, síndico de um condomínio residencial de Belo Horizonte, é um exemplo de como a eficácia da energia gerada nas Fazendas Solares faz toda a diferença. Em entrevista para o Jornal Minas, ele fala sobre como o serviço proporcionou economia e colaborou na construção de um futuro consciente para mais de 17 famílias. Confira a reportagem completa aqui.

Diferente de episódios passados, em 2021 existe uma saída para a crise energética e o aumento na conta de luz. Opte por uma fonte de energia renovável também. Afinal, economizar e ainda ajudar o meio ambiente, é uma realidade que pode estar a um clique de distância. Conheça o nosso plano de assinatura de energia solar para sua residência ou empresa.

Assine nossa
newsletter